quarta-feira, 27 de junho de 2012


EXPEDIÇÃO DA LINGUAGEM         




           CURIOSIDADES COLETADAS NAS EXPEDIÇÕES DO PROJETO VOZES PERSISTENTES

O idioma koro não foi o único a ser registrado pela primeira vez por uma expedição. Também a língua falada pela tribo kallawaya, Bolívia, na divisa com o Brasil, nunca havia tido as expressões registradas. Cópias do material coletado foram entregues ao Ministério da Cultura da Bolívia, que não tinha registro dela  em seu acervo. No dia a dia, este grupo usa o espanhol e outra língua local, o aymara, para comunicar-se. Mas se o objetivo for trocar informações sobre o conhecimento milenar de plantas medicinais, o grupo usa uma língua secreta, que só é passada de pai para filho ( ou avô a neto). Hoje é falada por cem pessoas. Saber como e por que essa língua tem sobrevivido há mais de 400 anos após a queda do império inca é um mistério, até mesmo para a equipe de Harrison.

     A língua ache, falada no leste do Paraguai, era usada por grupo de pessoas que, até 1970, eram apenas caçadores e coletores, sobrevivendo só na floresta. Após o contato com a civilização, que levou doenças à população, o governo paraguaio obrigou o grupo a viver em reservas. É por terem continuado a manter contato direto com a natureza que esse grupo possui vocabulário ligado ao mundo natural. Sem esse contato, possivelmente a língua morrerá.

     Na Sibéria central, muitas línguas estão em processo avançado de extinção. Uma delas é mednyj aleut. Ela intriga os linguistas: enquanto a maioria das línguas possui uma língua-mãe, esta tem duas “mães”, o russo e o aleut. Ela é transmitida  omo aleut, mas com terminações verbais e muitas palavras russas misturadas ao vocabulário.

     Idiomas aborígines da Austrália  são dos mais ameaçados do mundo. Muitas no sul e no leste do país já foram perdidas. Grupos aborígines são pequenos e dispersos por causa de uma história de conflito com os colonos brancos . Muitos sobrevivem para manter a língua e cultura, como o idioma gudanji, que hoje possui cinco falantes.



Mulheres da cultura remo, na Índia, cujo idioma pode ser salvo pelo projeto de dicionário falante

Os "dicionários falantes" são resultado do trabalho realizado desde 2004, com a criação do Living Tongues Institute for Endangered Languages. Nos primeiros anos de trabalho da organização, Harrison e Anderson estudaram critérios que seriam usados para a indicação das áreas investigadas, daí a definição do conceito "languages hotspots", que são as regiões com alto nível de diversidade linguística, mas com grande risco de extinção (quantidade reduzida de falantes) e pouca documentação prévia. Foram definidas 20 áreas prioritárias a serem trabalhadas e classificadas com alta, média ou baixa complexidade


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