segunda-feira, 25 de junho de 2012


    TECNOLOGIA SOZINHA NÃO APRIMORA O APRENDIZADO


Garantir equipamentos ainda é uma meta importante, mas o investimento só vale a pena se melhorar a qualidade da Educação.




Imagine duas cenas. Na primeira, a sala de aula possui um quadro-negro, o professor usa o giz e senta em uma mesa em frente às crianças, posicionadas  nas carteiras enfileiradas. Na segunda cena, o docente utiliza uma lousa digital e os alunos atrás de mesas brancas com computadores. O que muda se compararmos esses dois cenários?

     Se você disse que “na segunda cena o aprendizado é melhor”, cuidado. A euforia geral com a tecnologia leva a pensar que o investimento em equipamentos garante a melhoria do ensino e da aprendizagem, mas a realidade mostra que em muitas salas de aula  que se enquadram na segunda descrição a diferença está apenas nas ferramentas empregadas no trabalho. A resposta para a pergunta do primeiro parágrafo é, portanto, “depende”. Depende de como a interação entre professores, alunos e conteúdos se dá após a inclusão dos novos recursos.

     No entanto, as políticas públicas dessa área ainda estão mais voltadas para equipar as escolas. O Ministério da Educação (MEC) e os governos estaduais e municipais têm alardeado a distribuição de maquinário. Por exemplo, cerca de 150 milhões de reais estão sendo destinados à compra de 600 mil tablets para os docentes do Ensino Médio. E o programa  Um Computador por Aluno (UCA) está distribuindo 500mil laptops educacionais desde o ano passado.

      O Censo escolar de 2010 mostrou  que 39,37% das escolas brasileiras já possuíam laboratório de informática, 60,45% tinham computador, e 45%, acesso à internet. Mas a presença das máquinas não é igualitária no Brasil. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão com a maioria das unidades preparadas. No Norte e Nordeste, menos da metade das instituições conseguiu se adequar a essas necessidades.

Formação dos professores ainda é o grande desafio para avançar.

    Quando as escolas já estiverem equipadas, o que precisa acontecer para a qualidade da Educação  ser impactada positivamente? A tecnologia precisa ser incorporada ao projeto político-pedagógico (PPP) e integrada aos conteúdos curriculares. Não dá para ir ao laboratório e permitir que os estudantes fiquem navegando sem um objetivo de aprendizado. Isso, aliás , só acrescenta mais dificuldade ao trabalho do docente , já que o controle da aula fica mais complicado quando a turma tem acesso à internet.

Para que os objetivos de ensino sejam alcançados, é primordial  que os professores estejam preparados para tirar o melhor proveito das chamadas tecnologias de informação e comunicação (TIC)...

 novaescola.org.br  - junho/julho 2012

Um comentário:

  1. Oi Pró Marival,

    Sem dúvida, ter o recurso tecnológico e não usá-lo com critério, planejamento definido e acompanhamento não tem validade. Mais que pretexto, é necessário contexto.

    TelmaSantana

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