TECNOLOGIA SOZINHA NÃO APRIMORA O APRENDIZADO
Garantir equipamentos ainda é uma meta importante, mas o investimento só vale a pena se melhorar a qualidade da Educação.
Imagine duas cenas. Na primeira,
a sala de aula possui um quadro-negro, o professor usa o giz e senta em uma
mesa em frente às crianças, posicionadas nas carteiras enfileiradas. Na segunda cena, o
docente utiliza uma lousa digital e os alunos atrás de mesas brancas com
computadores. O que muda se compararmos esses dois cenários?
Se você disse que “na segunda cena o
aprendizado é melhor”, cuidado. A euforia geral com a tecnologia leva a pensar
que o investimento em equipamentos garante a melhoria do ensino e da
aprendizagem, mas a realidade mostra que em muitas salas de aula que se enquadram na segunda descrição a
diferença está apenas nas ferramentas empregadas no trabalho. A resposta para a
pergunta do primeiro parágrafo é, portanto, “depende”. Depende de como a
interação entre professores, alunos e conteúdos se dá após a inclusão dos novos
recursos.
No entanto, as políticas públicas dessa
área ainda estão mais voltadas para equipar as escolas. O Ministério da
Educação (MEC) e os governos estaduais e municipais têm alardeado a
distribuição de maquinário. Por exemplo, cerca de 150 milhões de reais estão
sendo destinados à compra de 600 mil tablets para os docentes do Ensino Médio.
E o programa Um Computador por Aluno
(UCA) está distribuindo 500mil laptops educacionais desde o ano passado.
O Censo escolar de 2010 mostrou que 39,37% das escolas brasileiras já possuíam
laboratório de informática, 60,45% tinham computador, e 45%, acesso à internet.
Mas a presença das máquinas não é igualitária no Brasil. As regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste estão com a maioria das unidades preparadas. No Norte e
Nordeste, menos da metade das instituições conseguiu se adequar a essas
necessidades.
Formação dos
professores ainda é o grande desafio para avançar.
Quando as escolas
já estiverem equipadas, o que precisa acontecer para a qualidade da
Educação ser impactada positivamente? A
tecnologia precisa ser incorporada ao projeto político-pedagógico (PPP) e
integrada aos conteúdos curriculares. Não dá para ir ao laboratório e permitir
que os estudantes fiquem navegando sem um objetivo de aprendizado. Isso, aliás
, só acrescenta mais dificuldade ao trabalho do docente , já que o controle da
aula fica mais complicado quando a turma tem acesso à internet.
Para que os objetivos de ensino sejam alcançados, é
primordial que os professores estejam
preparados para tirar o melhor proveito das chamadas tecnologias de informação
e comunicação (TIC)...
novaescola.org.br - junho/julho 2012
Oi Pró Marival,
ResponderExcluirSem dúvida, ter o recurso tecnológico e não usá-lo com critério, planejamento definido e acompanhamento não tem validade. Mais que pretexto, é necessário contexto.
TelmaSantana